A região sudoeste do Paraná há muito tempo é conhecida como a maior bacia leiteira do estado, com uma produção 1,8 bilhão de litros de leite por ano. Esse total abastece toda a região, além de ser distribuído em todas as demais do estado, seja em forma do produto in natura ou seus derivados. Os produtores que atuam nesse ramo estão distribuídos pelos 42 municípios que compõem o sudoeste do Paraná, sendo que em vários deles, a cadeia produtiva do leite é a principal mola propulsora da economia local, desde a venda de insumos para criação de gado, passando pelo processamento em laticínios, até ser vendido nas prateleiras.
No entanto, nos últimos anos muitos produtores diminuíram os investimentos – alguns a ponto de parar totalmente com a produção do leite – seguindo para outros ramos da agricultura ou até mesmo deixando o campo para viver na cidade, motivados, ou desmotivados, pelo alto custo para produzir e o baixo retorno com a venda do leite. Além disso, muitos enfrentam ainda problemas relacionados a falta de infraestrutura e até de pessoal para trabalhar na atividade.
Tendo em vista que alguns municípios estão deixando de arrecadar montantes consideráveis de recursos pela baixa da produção leiteira, e que muitos produtores não tem alternativa para manutenção da vida no agronegócio, o Poder Público está traçando um plano de intervenção: a Associação das Câmaras Municipais do Sudoeste - Acamsop, junto com a Associação dos Municípios do Sudoeste – Amsop, organizaram um encontro entre a Comissão de Agricultura da Amsop, vereadores da região, deputado Wilmar Reichembach, que coordena a frente parlamentar de apoio à cadeia do leite na Assembleia Legislativa e a imprensa de Francisco Beltrão para debater o assunto e construir encaminhamentos para uma possível solução.
O tema foi trazido à discussão pelo vereador Odinei Rebonatto, o Nei, de São Jorge do Oeste, que mobilizou a Acamsop sobre o assunto. A entidade então buscou apoio da Amsop, que congrega as prefeituras da região e tem uma comissão de agricultura, e a partir disso foi elaborara a agenda para o encontro, que aconteceu nesta quinta-feira (24).
“Esse será o pontapé inicial para que o sudoeste, enquanto maior bacia leiteira do Paraná, lidere também o enfrentamento a essa crise no setor, afinal, a cadeia produtiva do leite é um dos pilares da economia do sudoeste”, destacou o presidente da Comissão de Agricultura e Meio Ambiente da Amsop e prefeito de Vitorino, Marciano Vottri.
Representando a Acamsop, o presidente da Câmara Municipal de Francisco Beltrão, Tupy Prolo, enfatizou que o caminho para uma solução é a mobilização de toda a sociedade. “Precisamos dar essa resposta para a população, principalmente para os agricultores, por isso, o Poder Legislativo tem que atuar incisivamente nesse processo, pois os vereadores tem essa força de representatividade, principalmente para mobilizar a sociedade em prol desse objetivo”, disse.
A definição foi um ato, denominado “Crise do Leite”, que irá acontecer na sexta-feira da semana que vem, dia 1º de setembro, na Amsop, com as presenças de prefeitos, vereadores, deputados da região, produtores de leite e representantes de laticínios e cooperativas para debater o assunto e elaborar um plano de ação para amenizar os problemas e potencializar os resultados da produção leiteira da região.
Também participaram da reunião, os prefeitos Zuca Luquini, de Ampére, e Luciano Dias, de Honório Serpa, e os vereadores João Luiz Vargas, de Ampére, Angelo Baldissera, de Verê e Adilson Gamla, de Santa Izabel do Oeste, além dos diretores da Amsop, José Kresteniuk e Claudemir Freitas e o diretor da Acamsop, Beto Guzzi.
ASCOM ACAMSOP/AMSOP
AGENDA DA CÂMARA